quinta-feira, 19 de março de 2009

UM SONHO MISTERIOSO




Enquanto dormia teve um sonho. Sonhou que estava a comandar um navio e, do nada, o navio transformou-se num submarino. Viu uma enguia a nadar para o fundo do oceano e seguiu-a até aos confins do mar, onde uma entrada escura e bem funda. A enguia entrou no buraco, ele teve receio, mas acabou por ir também.
Quando lá entrou, arrependeu-se, pois tinham caído vários pedregulhos na entrada. Não podia regressar. Estava preso nos confins do oceano, onde ninguém o encontraria. Mesmo assim, teve coragem e navegou pelo túnel abaixo. A certa altura, o túnel tornou-se mais escasso e o submarino não conseguia passar. Estava encalhado.
Para ele só havia uma solução, ir a nado. E lá foi ele a nadar, atrás da enguia, para descobrir os mistérios do oceano, o que lhe poderia custar a vida..
Passadas algumas horas, tinha chegado ao fundo do túnel. Nadou um pouco mais para a frente, mas não viu nada. De repente, um remoinho engoliu-o ainda mais para as profundezas do oceano. Passado algum tempo, por ter “bebido” tanta água, ficou inconsciente. Não sabia o que estava a acontecer.
Quando deu por si, deparou-se com sereias, focas e golfinhos e todos os animais marinhos existentes à face da terra. No meio de toda a confusão estava uma sereia com uma coroa, sentada num trono. Era a rainha de todos os animais marinhos.
O rapaz ficou estupefacto com o que via e porque conseguia respirar e falar. Perguntou à rainha:
 Onde estou? Quem são vocês?
 Nós, meu rapaz, somos do reino da água. Estes são os meus súbditos e eu sou a rainha.
 Quem me trouxe para cá? - perguntou o rapaz.
 Foi a enguia... Ela viu-te inconsciente e trouxe-te para aqui.
O rapaz agradeceu por lhe terem dado um sítio para dormir e por o terem salvado.
Ele ficaria lá até desencalharem o submarino e retirarem todas as rochas da entrada da caverna.
Gostava de lá estar, mas tinha chegado a hora de partir. O trabalho do submarino e das rochas estava acabado.
Agradeceu e despediu-se de todos os seres vivos, fazendo uma promessa:
 Quando chegar a terra, não contarei nada disto a ninguém.
Assim fez. Partiu do reino e regressou a casa, caindo num sono profundo.
Assim que acordou, viu-se no comboio onde viajava e disse.
 Tive cá um sonho!
 Eu reparei... parecia uma daquelas crianças que, quando adormecem, nunca mais acordam-
disse um senhor que estava sentado ao seu lado - que sonhaste?
 Isso já não lhe posso dizer. Fiz uma promessa...


João Pedro V.

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