quarta-feira, 12 de março de 2008
A Lenda da Sertã
A vila da Sertã, segundo uma velha tradição ligada à romaria que anualmente se celebra em 14 e 15 de Agosto, é considerada o centro geográfico do País. Daí o chamar-se à festa de Nossa Senhora dos Remédios romaria de Nossa Senhora do Meio.
Tanto as origens da vila como a etimologia do topónimo são desconhecidas. Alguns autores de séculos passados, que se debruçam sobre este assunto, dizem-nos que a vila teria sido fundada por Sertório, em 74 a. C. Como em muitos outros casos, esta opinião baseia-se apenas na imaginação e no desejo de acrescentar pergaminhos de nobreza a uma povoação que provavelmente era a terra natal do inventor da teoria.
As armas da vila representam uma frigideira ou sertã com ovos. Tão lendária é a explicação da origem do brasão da vila quanto a história da sua fundação por Sertório.
Diz a lenda que o chefe da povoação, ou o seu castelão, mais especificamente, se encontrava ausente no momento em que os romanos investiram contra a fortificação. Celinda, sua mulher, estava na cozinha do castelo fritando ovos quando correram a dizer-lhe do ataque dos invasores e de que nele haviam morto o marido.
Cheia de ódio e desespero, correu às muralhas, por onde já penetravam os romanos. Na mão levava a sertã fervilhante de azeite e plena de ovos, os que preparava para o marido prestes para chegar e agora morto. Numa fúria indescritível, zurziu os romanos com a sertã com tal ímpeto que os fez recuar. A uns cegou-os com o azeite fervente e a outros matou-os com a «arma» que trazia nas mãos.
Conseguindo suster, quase só, a invasão dos romanos, foi depois auxiliada pelos povos das redondezas, que com prontidão acorreram ao alarme.
Deste facto memorável diz a lenda ter provindo o nome da vila e seu brasão de armas.
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