sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

NOITE DE NATAL



Estava uma noite gélida e eu estava deitado, todo enroladinho no meio dos cobertores para ver se aquecia. Estivera até altas horas da noite sem dormir, mas acabei por adormecer na escuridão do meu quarto.
Nos meus sonhos, esperava ansiosamente a vinda do Pai Natal. O meu quarto situava-se no piso de cima, pois diz a ciência que o ar quente tem tendência para subir.
O silêncio reinava no piso de baixo e o frio era cada vez mais intenso, mas o Menino Jesus, Maria, sua mãe, São José, seu pai adoptivo, todos de fina porcelana branca, muito bem trabalhada, não se importavam com o frio, o silêncio e a escuridão da noite..
A consoada já tinha acabado, mas eu não me esquecia dos bolos, das guloseimas, dos doces tão variados e deliciosos.
Durante a ceia, toda a família se juntara e confraternizara junto da lareira acesa onde a lenha crepitava e aquecia o ambiente de paz e fraternidade que se vivia na nossa casa.
Depois da ceia, os adultos foram à missa do Galo, festejar o nascimento de Jesus e, embora a lareira continuasse acesa, as chamas já eram poucas, fazendo sobressair as meias muito coloridas e vazias que continuavam à espera que lá fossem colocados os presentes. As luzinhas da árvore de Natal continuavam a brilhar e davam um pouco de luz à casa adormecida. Os presentes oferecidos pelos familiares já tinham sido abertos e os papéis estavam espalhados pela sala. Em cima da mesa, havia ainda alguns restos de comida…
Eu estava a dormir profundamente quando fui acordado por um barulho que mais parecia um grito de alguém muito aflito.
Saí da cama ainda muito ensonado, vesti o meu roupão, calcei os chinelos, rodei a maçaneta da porta com muito cuidado para não fazer barulho e desci as escadas, lentamente, em biquinhos de pés e dirigi-me para a sala. Nem imaginam o meu espanto quando vi um homem bem gordinho, vestido de vermelho. A sua cara lembrava um cuco bravo e a sua barba era branca como a neve. A minha admiração foi maior quando vi que tinha a mão no traseiro, sujo de fuligem e poeira e gritava:
- Ai! Ai! Ai!, que me queimei!
Quando ouvi a última palavra, olhei imediatamente para a lareira e vi um pedaço de tecido a arder. Comecei a rir-me e o homem olhou para mim com uma cara muito estranha. Percebi que se tratava do Pai Natal pois junto da lareira, estava um enorme e belíssimo saco cheio de brinquedos.
Imediatamente dei-lhe um copo de água para que se acalmasse e pudesse tratar o seu traseiro um pouco chamuscado.
Num gesto de amizade, convidou-me a viajar com ele por todo o Mundo para entregar os restantes presentes. Fiquei admirado porque nunca tinha visto povoações tão pequenas e pitorescas.
Voltámos quando o Sol estava quase a nascer e eu nunca mais esquecerei aquele momento tão feliz e cheio de magia.


Diogo Feijó Nº 12 6ºA

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