segunda-feira, 13 de abril de 2009

Viagem de Comboio




A viagem ainda era bastante longa, mas havia muita gente ainda de pé, a correr. A gente crescida tentava adormecer mas a canalhada corria de carruagem em carruagem. Elas sim, abstraiam-se do frio que entrava pelas ranhuras das paredes do comboio e do gelo que cobria os vidros com uma espessa camada.
Mas o comboio lá ia, sem parar. Apetecia-lhe dormir, e foi isso que Pedro fez. Parecia que os ruídos do vento tinham parado e que o silêncio tinha invadido o comboio e as pessoas que lá se refugiavam.
De repente, uma travagem brusca faz Pedro acordar. Este abre os olhos e olha para todos os lados do comboio. Não via ninguém. Esfregou bem os olhos, mas nada mudou. Então, levantou-se e foi passando carruagem a carruagem e o silêncio instalava-se cada vez mais. Foi então que, subitamente, decidiu ir ver o maquinista. Mas quando lá chegou e abriu a porta, nada viu. Não sabia onde estava, então pensou em espreitar pela vidraça do comboio. Porém, a espessa camada de gelo não deixava ver absolutamente nada.
De repente, ouviu um barulho. Era um barulho não muito estranho. Parecia um barulho da buzina de um comboio. Foi à parte da frente da locomotiva, onde deveria estar o maquinista e ficou pasmado, quase sem respiração. Não estava lá o maquinista, mas o guiador e os botões moviam-se sem qualquer ajuda. Foi então que olhou para a frente e ficou ainda mais surpreendido.
O vidro não estava congelado e dava para ver perfeitamente que os carris estavam sobre o céu azul. Viam-se muitos aviões. Então pensou que só poderia ser um sonho. Voltou para o seu lugar. E a buzina voltou a tocar. Então acordou. Parecia magia, pois o silêncio foi substituído pela azáfama. Tinha sido mesmo um sonho. Um bom sonho e desejou repeti-lo e continuá-lo. Confortou-se no seu lugar e fechou bem os olhos. Adormeceu e subitamente ouviu uma buzina…



Diogo F.

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